sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O casamento da Dona Baratinha



PROJETO DE TRABALHO

PARA ALÉM DA SALA DE AULA:
Descobrindo o mundo que há em mim e fora de mim.

*Projeto de trabalho da disciplina: Estágio Supervisionado e Docência na Educação Infantil I do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás, UnU Inhumas orientado pela professora Ms. Valdirene Alves de Oliveira.
Acadêmicas:
Maria do Carmo Souza Vieira Novais
Marinele Lopes do Carmo
Milaine Alves Amaral
Nayara Cristina Oliveira Silva


INTRODUÇÃO
Durante o primeiro semestre do nosso curso em 2014, em nossas aulas de estagio tivemos a oportunidade e o privilégio de conhecer, estudar, debater e refletir sobre a obra de vários teóricos - como Barbosa e Horn, Ostetto, Rosa e Lopes, Pimenta e Lima, Nono, Zanini e Leite, Tristão, Alves, Farias, entre outros, que escreveram suas perspectivas sobre a educação infantil, as práticas de estágio, a formação profissional docente, tipos de planejamento e registro, etc. - em um processo de construção, desconstrução e reconstrução de conhecimentos contínuos acerca das teorias e práticas pedagógicas da educação. Sendo estes momentos de grande aprendizado, muito contribuíram para o enriquecimento de nossos saberes e para a preparação e postura, em prol nossa formação profissional.
Outro momento importante para nossa formação foi a Semana de Integração realizada pela Universidade, pois o tema escolhido para ela - Educação e linguagem: novos olhares, novas possibilidades de ensino - nos ofereceu a oportunidade de participar de GTs, palestras, minicursos e outros, que nos trouxeram novos conhecimentos e informações pertinentes ao momento que estamos vivendo no estágio. O GT em educação infantil, conduzido pelas professoras de estágio Lindalva Pessoni e Valdirene A. Oliveira, foi de relevada importância e muito contribuiu para a nossa formação, pois nos apresentou a oportunidade de conhecer duas realidades diferentes de instituições de educação infantil pública de Goiânia que trabalham com projetos. Sendo assim, nos mostraram como realizam sua prática docente com o envolvimento de todos os segmentos da instituição, usando de criatividade ao aproveitar os espaços e apontando como concebem a situação da direção, coordenação e docência mediante o trabalho com os mesmos, tendo como ponto essencial para a prática docente infantil a observação e atenção para a motivação, a sensibilidade para a reflexão no processo, o reencantamento para a parceria, a participação da produção de conhecimentos para a retomada e cuidado teórico, para assim não perder a intencionalidade pedagógica e oferecer uma educação de qualidade às crianças das instituições.1
Reconhecemos que durante o decorrer desse semestre outros currículos, por nós estudados como: Propostas Curriculares e Metodológicas em Educação Infantil, Processos do Ensino de Língua Portuguesa, Política da Educação Básica, etc., contribuíram, em seus conteúdos e temas abordados, significativamente, de forma articulada, para acrescentar subsídios relevantes em nossa preparação para o estágio, nos proporcionando maior embasamento teórico, novas ideias e o amadurecimento necessário a nossa formação prática.
A proposta apresentada a nossa turma de estagio, foi a de visitar e observar a rotina de três instituições de educação infantil da cidade de Inhumas, onde duas das instituições são CMEIs sendo eles: *CMEI “A”, *CMEI “B” e a *Escola Municipal “C”.
Para iniciar o estágio foi proposta a formação de grupos de quatro acadêmicos por turma para realizar a observação, sem dispensar o apoio sutil às professoras das instituições, a partir de suas necessidades e das próprias crianças, em três encontros presenciais em cada unidade. Ficou estabelecido também que, após cada dia de estágio, nos encontraríamos na Universidade para a socialização das observações realizadas por cada grupo nas instituições e para a aula teórica, orientação e apresentação dos trabalhos realizados.
A primeira instituição observada foi a “A”, que possui um espaço e estrutura física, excelentes. As crianças do berçário nesta instituição nos receberam com alegria e prazer. Elas são receptivas, comunicativas, ativas, curiosas e abertas à interação. Demonstraram necessidades e interesses relacionados à brincadeira e a um maior contato com os adultos e outras crianças e, também, interesse em explorar o espaço externo ao ambiente do berçário. No entanto, percebemos que mesmo com uma estrutura e espaço amplo e propício a diversas e variadas possibilidades de construção do conhecimento, a prática das docentes da instituição segue uma rotina estabelecida centrada no cuidar, em detrimento do educar a partir da percepção das necessidades e interesses demonstrados pelas crianças, limitando o desenvolvimento integral delas.
A segunda instituição na qual estagiamos foi a “C”, que possui estrutura física e espaço limitados. Nossa observação dessa vez foi realizada em uma turma de segundo período com crianças na faixa etária entre cinco e seis anos de idade. As crianças dessa turma nos receberam de forma receptiva e com simplicidade. Elas são espertas, interessadas, participativas, curiosas, comunicativas e apreciam a música e gostam de argumentar com a professora. Nessa turma, destacamos a presença de uma criança com necessidades educativas especiais que nos surpreendeu ao demonstrar sua necessidade e alegria por uma maior interação com a turma. Percebemos em nossas observações que embora a professora incentive a independência, a autonomia e a interação das crianças, existem algumas limitações, como o fato do planejamento ser pautado em datas comemorativas, o fato delas não poderem manusear os livros literários presentes no Cantinho de Leitura da sala, o fato de que em relação ao espaço, elas são impedidas de explorá-los, de forma que alguns nem são utilizados para as brincadeiras e também o despreparo em relação à inclusão de crianças com NEE.
A terceira instituição observada foi a “B”, que também possui estrutura física e espaço limitados. Nossa observação foi realizada no berçário que possui 19 crianças em uma faixa etária que varia entre seis meses e um ano e meio de idade. Ao perceberem nossa presença as crianças reagiram de forma diversa, algumas interagiram bem conosco com sorrisos, gestos, balbucios, outras estranharam nossa presença e começaram a chorar agitadas, apenas em nosso terceiro dia de encontro elas nos receberam mais tranquilas, algumas chegando a manifestar alegria ao nos reconhecer. Elas possuem perfis mais variados, algumas são comunicativas, curiosas, alegres, interativas, outras são mais introvertidas, sérias e discretas. As educadoras nessa instituição são mais focadas em ações voltadas para o cuidar, deixando a desejar o educar. Ao observar a rotina da instituição, percebemos algumas necessidades apresentadas pelas crianças, como: ambiente organizado de forma mais pedagógica para o melhor aproveitamento e a exploração do espaço que é limitado, ludicidade, interação criança-criança, criança-educadora e criança com outras turmas, atenção em relação aos cuidados, podendo estes serem mais individualizados e práticas pedagógicas bem planejadas voltadas para o educar.
Em todas as instituições percebemos a prática docente estagnada num contexto antigo e tradicional, que não percebe o potencial que as crianças possuem para o aprendizado e formação integral como sujeitos ativos, reflexivos e atuantes em seu meio. Observamos a desvinculação do brincar, cuidar e educar. Em cada unidade foram observadas necessidades diferentes, porém também necessidades gritantes parecidas, como a melhor utilização e aproveitamento dos espaços para uma prática pedagógica diferenciada.
Em uma visita campo à Creche UFG em Goiânia, observamos e comprovamos que é possível praticar a educação diferenciada que nos foi apresentada pelos teóricos em suas perspectivas. Nesta instituição, o tripé brincar, cuidar, educar é realizado de fato, lá tudo é pensado e organizado em função da criança e de forma proporcional a ela, respeitando e promovendo o desenvolvimento integral das mesmas, de forma autônoma, considerando a cultura, o contexto e as especificidades da infância.
Diante de toda a cultura que mobiliza a escola, é necessário que o estagiário possa entendê-la como um grupo social interativo, no qual acontece o fenômeno educacional em suas contradições e possibilidades. (FOURQUIN, 1993, p.10, apud LIMA, 2008, p.199)
Partindo da afirmação acima podemos dizer que os campos de estágio se mostraram para nós como um grande desafio, com suas contradições e inúmeras possibilidades, para colocarmos em prática a construção de nossa identidade profissional, através da observação, reflexão, análise partilhada, compreensão e concretização de nosso projeto, de como é e pode ser realizada a prática educativa.
O presente projeto de trabalho intitulado, “Para além da sala de aula: descobrindo o mundo que há em mim e fora de mim”, onde temos por tema a ideia de ir além da sala de aula e através do qual delimitamos para um espaço de educar e cuidar na perspectiva de letramento na Educação Infantil trata-se de um processo que caminha do plano individual interno – relações intrapessoais, para o plano social – relações interpessoais, a fim de possibilitar a troca e a internalização da construção de aprendizagens significativas para as crianças, a partir da interação e inclusão, aproveitando ao máximo os espaços oferecidos pelas instituições.

PROBLEMÁTICA

  • Como colaborar para que as crianças da educação infantil sejam letradas, num espaço e ambiente propicio, respeitando suas individualidades, unindo o cuidar, brincar e educar de forma que elas se desenvolvam de forma lúdica, interativa e prazerosa, sem a perspectiva de alfabetização antes do momento certo?

OBJETIVO GERAL DO PROJETO:

O projeto “Para além da sala de aula: descobrindo o mundo que há em mim e fora de mim,” tem por objetivo geral: ampliar o desenvolvimento integral das crianças, através de um ambiente desafiador, que permita a exploração livre, favoreça a curiosidade e possibilite muitas descobertas, em todas as instituições campo de estágio.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PROJETO:

  • Incentivar o letramento das crianças, a partir de situações simples e cotidianas, como as brincadeiras e o contato com livros de literatura infantil, em um ambiente que propicie a experimentação e a interpretação.
  • Explorar ao máximo os espaços internos e externos da sala de aula para desenvolver as brincadeiras e a interação entre as crianças de diferentes idades incluindo as com necessidades especiais e, entre adulto e criança, valorizando os espaços, a liberdade e conhecimentos prévios para inovar a aprendizagem, estimular a construção da identidade e autonomia, criar vínculos e estabelecer condições para o convívio social.
  • Considerar a criança como sujeito histórico-cultural, capaz de assimilar saberes, agindo e reagindo no meio social em que vive, num processo de construção, desconstrução e reconstrução de si mesma.

JUSTIFICATIVA
Este projeto visa atender ao público da educação infantil a partir da perspectiva de letramento tanto para o berçário, quanto a pré-escola, respeitando a individualidade de cada criança e aproveitando ao máximo os espaços de cada instituição campo de estágio. Segundo Barbosa e Horn, (2008, p.31):
Um projeto é uma abertura para possibilidades amplas de encaminhamento e resolução, envolvendo uma vasta gama de variáveis de percursos imprevisíveis, imaginativos, criativos, ativos e inteligentes, acompanhados de uma grande flexibilidade de organização. Os projetos permitem criar, sob forma de autoria singular ou de grupo, um modo próprio para abordar ou construir uma questão e respondê-la.
Assim, com esse projeto acreditamos na possibilidade de inovarmos e apresentarmos a esse público, uma visão além do que lhes é oferecido, trazendo às crianças momentos nos quais elas possam perceber suas particularidades e ao mesmo tempo a sua relação com o outro através da interação, além de promover a construção da identidade e autonomia, desenvolvendo a flexibilidade, o diálogo, a interpretação, organização, capacidade de negociação e decisão, autoconfiança, criatividade, coordenação, cooperação, etc.
Através dos projetos de trabalho, pretende-se fazer as crianças pensarem em temas importantes do seu ambiente, refletirem sobre a atualidade e considerarem a vida fora da escola. Eles são elaborados e executados para as crianças aprenderem a estudar, a pesquisar, a procurar informações, a exercer a crítica, a duvidar, a argumentar, a opinar, a pensar, a gerir as aprendizagens, a refletir coletivamente e, o mais importante, são elaborados e executados com as crianças e não para as crianças. (BARBOSA E HORN, 2008, p.34)
Durante as observações nas instituições campo de estágio, notamos que o espaço externo não é utilizado e quando utilizado não é para o desenvolvimento de uma atividade planejada que vise o desenvolvimento das crianças através de uma prática pedagógica diferenciada, para além do tradicionalismo muita das vezes arraigado nas instituições de educação infantil.
Desse modo é de extrema relevância apontarmos aqui que não é somente o espaço limitado das salas de aula ou das atividades propriamente ditas que devemos considerar e ou tão somente os modos de organizá-los. Todos os espaços das instituições de educação infantil são “educadores” e promovem aprendizagens (hall de entrada, biblioteca, banheiros, cozinha, corredores, pátios e etc.) na medida em que, devido as suas peculiaridades, promovem o desenvolvimento das múltiplas linguagens infantis. (BARBOSA E HORN, 2008, p.50-51)
Com isso pautamos nossas discussões a partir de um propósito de ir para além dos espaços de sala de aula, utilizando a literatura infantil, a brincadeira e a interação criança-criança e criança-adulto. Observamos no primeiro semestre que as crianças apresentaram necessidades primordiais da Educação Infantil, ou seja, brincar, explorar espaços internos e externos à sala de aula, tendo em vista o seu desenvolvimento.
O espaço tem intenção. Ele orienta a ação. Ao entrarmos em um espaço bagunçado, ele nos convida de determinada maneira. Um lugar cuidado, preparado, nos convida de outro jeito. É preciso que as crianças desfrutem dos espaços da escola sem muitas restrições, de maneira respeitosa, como brincantes que são. (BARBIERE, 2012, p.49).
Partindo dessa afirmação compreendemos que o espaço deve possuir um ambiente adequado para que a realização das atividades com as crianças interferiram positivamente nas ações delas diante das propostas realizadas naquele espaço.
Nos anos iniciais da infância a criança tem a necessidade de pegar o livro, explorar suas imagens, descobrir o universo que aquele livro pode lhe oferecer, sem restrições, pois ela precisa se sentir à vontade com o livro e não oprimida pelo medo de danificá-lo. Neste sentido, Soares (apud MARICATO, 2005, p.18) afirma que é preciso desmanchar essa ideia do livro como objeto sagrado; é sim sagrado, mas para estar nas mãos das pessoas, ser manipulado pelas crianças.
O mesmo acontece em relação à brincadeira. As crianças têm o direito de brincar e a partir do resgate de brincadeiras pode-se propor uma maior interação entre o brincar, cuidar e educar.
É importante que o educador observe do que as crianças brincam como estas brincadeiras se desenvolvem o que mais gostam de fazer, em que espaço preferem ficar, o que lhes chama mais atenção, em que momentos estão mais tranquilos ou mais agitados. Este conhecimento é fundamental para que a estruturação espaço- temporal tenha significado. (BARBOSA e HORN, 2001, p.67)
O educador é uma peça importante nas realizações de atividades e brincadeiras com as crianças, cabe a ele ser companheiro delas na caminhada de descobertas, prepará-las para explorar o mundo no qual estão inseridas, possibilitar diversas experiências envolvendo tudo ao seu redor, favorecer a ampliação de suas competências e estimular o processo de maturação em todos os aspectos. Vemos aí uma oportunidade para que haja o letramento na Educação Infantil de forma a contribuir para aquisição da autonomia e identidade da criança em interação com o outro. Segundo Coelho, (2010, p.79):
O letramento começa muito antes de a criança pegar um lápis ou conhecer as letras e as formas de escrever. A partir de suas vivências cotidianas com a família, com a sociedade ou com seus pares, os pequenos participam de tal prática de maneira intensa, através de situações diversificadas e no contato com materiais escritos em lugares diversos e de variadas formas.
Para uma criança ser letrada necessariamente não precisa estar sendo alfabetizada, a todo o momento estamos envoltos em uma sociedade em que a leitura e a escrita são constantemente utilizadas, portanto desde muito cedo ela entra em contato com esse mundo. Segundo Paulo Freire 2005 p.11, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Assim podemos englobar o letramento em ambas as situações tanto para o berçário quanto para a pré-escola.
Hall Nigel (2006, p.136), no livro “A excelência do brincar”, afirma: o brincar buscando em experiências da vida real oferece oportunidades valiosas para as crianças experimentarem e utilizarem explicitamente o letramento de muitas maneiras diferentes e válidas.
Dessa forma é preciso que os professores promovam situações de brincadeiras espontâneas em ambientes lúdicos e divertidos com materiais impressos diversificados como revistas, livros de historias, panfletos, cartazes, embalagens, gibis, jornais, etc., contextualizando-os com intencionalidade de maneira natural e lúdica, proporcionando à criança o contato e a vivência do letramento, de forma real e significativa.
No berçário e na pré-escola, o espaço a ser trabalhado deve ser significativo, proporcionar momentos de interações, em que as crianças desenvolvam as suas capacidades, mas que também explorem o espaço que lhes é oferecido, considerando as necessidades de cada criança. Segundo Agostinho (apud MARTINS FILHO, 2005, p.65):
Coletivamente temos de fazer o esforço de pensar formas genuínas de as crianças participarem, interferirem, influenciarem no espaço da instituição de educação infantil, para que possamos oportunizar lhes efetiva participação, contando com suas contribuições para enriquecermos os espaços destinados à educação da infância com imaginação, inventividade e ludicidade próprias das mesmas. A apropriação do espaço pelas crianças supõe que estas possam colocar suas marcas, alterá-lo, transformá-lo, imprimindo seus registros nas paredes, portas, janelas, tetos, chão, por toda a instituição, personalizando-a.
É preciso que o espaço da instituição seja melhor aproveitado, assim o professor deve planejar as atividades a serem trabalhadas propiciando momentos de estímulo, brincadeiras e enriquecimento às crianças. Para que estas desenvolvam as capacidades afetivas, a sensibilidade, a autoestima, o raciocínio, o pensamento e a linguagem.
A partir de estudos houve a percepção da importância do brincar junto a Educação Infantil, unido com o cuidar e educar fundando o tripé da mesma, partindo de situações de aprendizagem onde o brincar, cuidar e educar estejam envolvidos, a utilização dos espaços se dará de maneira divertida e muito prazerosa.
Segundo Mendes, 2001, p. 11, “... o brincar, para a criança, é uma forma básica de expressão, parte integrante do fazer e do viver. Por meio da brincadeira, ela estabelece suas primeiras relações com o mundo, com a realidade”. Logo o brincar se faz fundamental na Educação Infantil, sendo assim uma forma de interagir a realidade e a imaginação, levando-as ao mágico mundo do aprendizado, em que tudo é uma brincadeira muito rica.
Neste ponto observamos falhas em ambas as instituições, não há tempo para o brincar. O foco é o cuidar e em uma das instituições esse aspecto é o norteador das atividades desenvolvidas. Em ambas não há uma correlação, nas atividades que foram observadas por nós, que gerou estudos como sobre a junção da teoria e prática, cuidar e educar, espaço e tempo. Percebemos que não é menos importante o brincar, tanto para as crianças do berçário quanto para as crianças do segundo período na pré-escola.
Diante disso e preciso tratar o brincar de forma que essas brincadeiras estejam envolvidas com o desenvolvimento da identidade e autonomia da criança.
A escola é lugar privilegiado para que as crianças aprendam a construir sua identidade de gênero (como menino ou menina), ou como membro de grupos sociais variados (religiosos, étnico, raciais, etc.) e também uma autoestima positiva que integre suas experiências. Algumas atividades podem ampliar e facilitar o processo de construção das identidades infantis. (OLIVEIRA, (org.) 2012, p.173)
O educador voltado para a Educação Infantil precisa propor ações que incentive a aquisição da identidade partindo de atitudes relativamente simples não se esquecendo que cabe ao professor criar um repertorio criativo com brincadeiras e atividades significativas que venham a facilitar a construção da identidade das crianças e ao mesmo tempo incentivando a sua autonomia.
O espaço e a linguagem devem ser trabalhados em conjunto, mediante o planejamento, o educador tem o papel de ser um grande mediador do conhecimento, Rosa e Lopes (apud S. THIAGO 2000, p.60) dizem:
(...) mediador entre o conhecimento e o desconhecido, não mais um centralizador, mas aquele que, coordenando situações e atividades, ouve as múltiplas linguagens que expressam pensamentos, sentimentos, conhecimentos. Alguém que brinca junto sugere brincadeiras, dá significado as ações e experimentações das crianças. E observar, ouvir, perceber as expressões e linguagens que as crianças revelam não é tarefa fácil, não!
Assim, para esse projeto, pensamos como deve ser nossa postura de mediadoras na construção de conhecimentos diante das múltiplas linguagens que as crianças irão expressar no desenvolvimento das atividades propostas. É preciso que sejamos capazes de entender e falar várias linguagens como as crianças, sabendo interagir, intervir e trabalhar com os desafios que surgirão decorrente das atividades realizadas.
A inclusão de criança com NEE na Educação Infantil é uma prática nova. Neste contexto, podemos dizer que ela é possível, porém é um caminho repleto de desafios a se percorrer, assim sendo, eles devem ser enfrentados com conhecimento, determinação e paciência, através de formação contínua do docente, de forma que possibilite uma prática adequada que venha ao encontro das necessidades reais da criança.
Os defensores da Inclusão acreditam que em se tratando de crianças com deficiência as instituições de educação infantil são espaços privilegiados onde a convivência com adultos e outras crianças de varias origens, costumes, etnias, religiões, possibilitará o contato desde cedo com manifestações diferentes daquelas que a criança vivencia em sua família ou num ambiente segregativo, permitindo-lhe, assim as primeiras percepções da diversidade humana (ARNAIS, 2003, p.9-10).
Nesse sentido, é importante que a Educação Inclusiva de fato contribua para a aceitação e o respeito às diferenças, à diversidade e que as atividades planejadas incluam as crianças de forma que elas possam se sentir inseridas no contexto escolar e participantes ativas desse meio, capazes de realizar, mesmo com alguma limitação, o que lhes for proposto em suas aprendizagens. Dessa forma:
A escola que trabalha na perspectiva inclusiva é a que acolhe a todos sem mecanismos de seleção ou discriminação, garantindo o acesso e a permanência do educando por meio da educação de qualidade, sendo essa a função de todas as escolas. Por outro lado, inclusão não é somente sinônimo de acesso e permanência na escola. Incluir significa possibilitar as aprendizagens de todos, considerando suas trajetórias, vivências, dificuldades e avanços. Cabe ao coletivo de profissionais da escola, principalmente, os professores, estarem qualificados por meio de formações contínuas, criarem situações articuladas favoráveis à inclusão de todos e receberem orientações específicas para a prática pedagógica. (ALMEIDA, TOFOLI, OLIVEIRA, 2014, p.7)
A inclusão social começa com a atitude do professor, que deve considerar a criança como sua responsabilidade, para assim poder interagir, se comunicar com ela e conhecer a sua condição, seu histórico de vida, para lhe oferecer um espaço rico em possibilidades para o desenvolvimento de suas potencialidades, mas também depende de todo coletivo escolar, a partir das qualificações e práticas relacionadas à inclusão que priorizem o que a criança pode desenvolver durante o seu processo de construção de saberes e valores.
Acreditamos na criança como sujeito de direitos e que a educação infantil serve para dar oportunidades a ela, de ampliar o seu mundo de maneira simples, partindo de sua curiosidade, questionamento, interesses e necessidades reais, ao compartilhar situações da vida diária com ela. Assim neste processo de construção de aprendizado entre as crianças e nós, podemos compreender que é possível utilizar pequenos espaços de maneira criativa e com fundamento pedagógico interagindo tanto o tempo e o espaço, o brincar-cuidar-educar, de modo em que possamos incluir todas as crianças com suas particularidades aonde a aquisição da identidade e autonomia seja realizada de modo interativo e satisfatório para todos os envolvidos.



METODOLOGIA
Sendo o planejamento por datas comemorativas o que mais vimos nas instituições campo de estágio, realizaremos nosso projeto, buscando planejar as atividades de uma forma diferente, em que não fique tão forte a presença deles, que segundo Ostetto, (2002, p.182): “Massifica e empobrece o conhecimento, além de menosprezar a capacidade da criança de ir além daquele conhecimento fragmentado e infantilizado”.
Assim iremos trabalhar contextualizando nossas atividades, sem perder o foco do tripé da Educação Infantil “cuidar-brincar-educar”, e para alcançar os objetivos almejados lançaremos mão do letramento a partir de situações rotineiras, porém planejadas pedagogicamente, explorando os espaços internos e externos existentes nas instituições, de forma interativa e inclusiva, tornando-os mais atrativos e enriquecedores principalmente para as crianças, e também para os docentes e toda a comunidade escolar.
(...) as crianças bem pequenas necessitam de um modo muito específico de organização do trabalho pedagógico e do ambiente físico. [...] Nessa faixa etária, é fundamental considerar que as coisas importantes da vida a serem descobertas e conhecidas são a procura do olhar, o ser correspondido, o sorrir, a conversa (seja ela qualquer tipo de relação vocal), o tocar(contato motor), o contato físico, a retenção de um objeto(dar, oferecer), o imitar, o esconder, os jogos de linguagem, os jogos de manipulação, as músicas, as saídas para o espaço externo, as festas, a vida em grupo. (BARBOSA E HORN, 2008, p.72)
Portanto nas instituições “A” e “B” com as crianças menores, buscaremos trabalhar em espaços internos e externos por considerarmos que eles são provocadores de aprendizagens; o movimento e as diferentes linguagens, envolvendo a música que favorecerá a construção da linguagem expressiva e simbólica; a contação de histórias que possibilitarão uso da imaginação, criatividade, atenção, memória; o desenvolvimento da identidade e da autonomia considerando as crianças como seres com vontade própria, capazes e competentes para construir conhecimentos; a criação de vínculos através de brincadeiras em que aprenderão a respeitar o outro e aprender as regras de convivência em sociedade, imprimindo, assim, em nossa ação pedagógica a possibilidade de superação da dicotomia entre o cuidar e educar.
Segundo Barbosa e Horn, (2008, p. 80):
A segunda infância, (...), é caracterizada por ser um momento importante na formação da criança. Nesse período, elas têm aumentadas as suas motivações, seus sentimentos e seus desejos de conhecer o mundo, de aprender.
Na instituição “C”, pré-escola, com as crianças maiores desenvolveremos aulas com a utilização, também, do espaço interno e externo como um educador auxiliar aliado; envolvendo o lúdico na literatura, a partir da qual, as crianças poderão se interessar em contar suas próprias histórias e vivências, aprendendo assim a organizar o pensamento e coordenar as ideias; as múltiplas linguagens em rodas de conversas que irá favorecer o diálogo, a autoridade, a formação de grupos, a partilha e a afetividade; recreios dirigidos com brincadeiras que promovam a interação entre as turmas, incluindo em todas essas atividades as crianças com necessidades educativas especiais, desenvolvendo-as de forma aberta, diversificada e flexível. Assim a inclusão acontecerá naturalmente e será benéfica para todas as crianças e também adultos, que passarão a reconhecer e respeitar as diferenças sem discriminação e preconceito.
Essa visão de organização do trabalho pedagógico considera as crianças como co-autoras do seu processo de aprendizagem, tirando- as do lugar de passividade que a escola as têm colocado para um papel ativo e participativo. (BARBOSA E HORN, 2008, p. 84)
Podemos então dizer, que a proposta de nosso projeto, é ir ao encontro do processo de aprendizagem das crianças para oportunizar alguns elementos em prol da ampliação dos conhecimentos e das possibilidades para a formação de sujeitos ativos, participantes e engajados na sociedade da qual fazem parte.

AVALIAÇÃO
Sabemos que o conhecimento de uma criança é construído em movimentos de idas e vindas, assim o trabalho com projetos possibilita observar, acompanhar e compreender o dinamismo no desenvolvimento infantil e avaliar a criança em seu processo de aprendizagem durante todo o percurso realizado, mediante o registro diverso de todas as atividades propostas.
Os procedimentos que utilizamos para avaliar nossos alunos em sala de aula revelam nossas concepções sobre a aprendizagem, a infância e a educação, expondo, assim, os modelos teóricos que nos apoiam. (BARBOSA e HORN, 2008, p.97)
Assim, vamos propor para o projeto “Para além da sala de aula: descobrindo o que há em mim e fora de mim”, que o mesmo seja avaliado de formas diferentes dependendo da instituição campo de estágio.
  • CMEIs: ao final da execução do projeto, vamos propor que as professoras avaliem se foi proveitoso para o dia-a-dia do grupo berçário;
  • Escola: o projeto terá sua avaliação, a partir de uma roda de conversa com as crianças do segundo período;
  • Além destas formas de avaliação o grupo fará uma auto-avaliação, observando se conseguimos desenvolver nossos objetivos, se sentimos que foi proveitoso ou não, o projeto, para as crianças. Para tal utilizaremos o registro de cada encontro através de fotografias, vídeos e arquivos biográficos, que posteriormente serão utilizados para apresentação da mostra de curtas e a criação de um blog sobre o projeto.



CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio se constitui como um campo de conhecimento, iniciando com as teorias e depois partindo para a prática, preparando o futuro docente para um trabalho coletivo, uma vez que o ensino é uma tarefa de ações coletivas de toda comunidade escolar situada em contextos sociais, históricos e culturais.
As teorias por nós estudadas nos proporcionaram o embasamento necessário para a realização de nossas ações no estágio e muito contribuíram para o enriquecimento de nossos saberes, garantindo nosso aprimoramento no decorrer de nossa formação e competência para a nossa prática.
Tudo que vivenciamos neste semestre como as visitas nos campos de estágio, os GTs, palestras e minicursos da Semana de Integração vieram, num momento propício, ao encontro dos currículos por nós estudados para afirmar nosso aprendizado.
Durante a realização da primeira etapa de nosso estágio, percebemos nas instituições a prática docente estagnada num contexto antigo e tradicional, que não percebe o potencial que as crianças possuem para o aprendizado e formação integral como sujeitos ativos, reflexivos e atuantes em seu meio. Observamos a desvinculação do brincar, cuidar e educar. Em cada unidade foram observadas necessidades diferentes, porém também necessidades parecidas, como a melhor utilização e aproveitamento dos espaços e uma maior integração para uma prática pedagógica diferenciada.
Mediante a percepção das necessidades encontradas nas instituições de estágio, tivemos como intuito a realização deste projeto o qual pensamos que muito acrescentará de positivo na construção de saberes das crianças e no incentivo a utilização de práticas que valorizem o tripé brincar, cuidar, educar.
A metodologia de trabalho por projetos tem por base a abordagem e construção de uma questão, para respondê-la com amplas possibilidades de resolução. Assim, podemos dizer que o caminho que percorremos até o momento para a elaboração de nosso projeto não foi tarefa fácil não, pois exigiu de nós um olhar sutil, perspicaz e atento em nossas observações, um olhar capaz de enxergar os interesses e as necessidades apresentadas pelas crianças e correlacioná-los às perspectivas para a educação infantil, apresentadas pelos teóricos estudados, de forma que essas pudessem nos oferecer o embasamento necessário durante a escolha do tema e formulação da problemática para o mesmo. Encontramos algumas dificuldades nesse percurso com relação à divergência na organização das ideias e escrita, tanto do projeto como da pasta de estágio, e também em relação a como propor num mesmo projeto, uma abordagem adequada que atenda as necessidades dos dois níveis diferentes de escolaridade com os quais iremos trabalhar. Com o tempo, paciência, diálogo, leitura, orientações e estudo conseguimos superar as barreiras encontradas e dar continuidade ao processo de construção da nossa proposta.
Sabemos que teremos um grande trabalho a realizar no próximo semestre, como a elaboração e escrita dos anexos com as atividades que pretendemos colocar em prática; a concretização, o registro do desenvolvimento e a avaliação do projeto; a elaboração e apresentação da mostra de curtas sobre o estágio, a criação do blog, entre outros. Mediante essa perspectiva e considerando que somos estagiários da vida em constante aprendizado, esperamos que o projeto seja bem acolhido pelas instituições e nos possibilite o conhecimento e a reflexão das ações docentes nas mesmas, de modo a compreendê-las em seus impasses e dificuldades, para então, provocar a abertura necessária à transformação e inovação de suas práticas. Esperamos, também, uma participação ativa das crianças e com nossas ações criar um ambiente propício, facilitador do diálogo, das brincadeiras, da interação e da inclusão, que possa oferecer a elas uma multiplicidade de desafios e vivências de encantamento, dinamicidade e estímulo para que possam compreender o mundo e dele participar criando novas culturas.
Concluímos, assim, que a realização deste projeto será um momento propício para a reflexão sobre nossa formação, como esta pode influenciar a nossa prática pedagógica como futuros docentes e também aprofundar nossos conhecimentos teóricos e práticos sobre a educação, além de contribuir para a busca e realização de uma educação infantil dinâmica e de qualidade.






REFERÊNCIAS
AGOSTINHO, Katia Adair. Creche e Pré-escola é lugar de criança? In: MARTINS FILHO, Altino José. Criança pede respeito: temas em educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2005, p.65.
ALMEIDA, Gisella de Souza; TOFOLI, Marise Helena. Cardoso; OLIVEIRA; Valdirene Alves de. Alergia alimentar como uma das dimensões da inclusão na prática docente na educação infantil. RENEFARA, Goiânia, v. 5, abr. 2014. Disponível em: http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/renefara/article/view/201/184>. Acesso em: 24 Junho. 2014.
ARNAIS, Magali Ap. de O. Novas Crianças na Creche: o desafio da inclusão. 2003. 141 f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP. 2003.
BARBIERI, Stela. Onde está a arte? No espaço? In.: BARBIERI, Stela. Interações: onde está a arte na infância? São Paulo: Blucher, 2012.
BARBOSA, Maria Carmen Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Projetos Pedagógicos na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.128 p.
COELHO, Silmara. O Processo de Letramento na Educação Infantil. Disponível em: file:///C:/Users/usuário/dowloads/4848-19129-1-SM%20(2),pdf. Acesso em Jun. 2014.
FOURQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. In: LIMA, Maria do Socorro Lucena. Reflexões sobre o estágio/ prática de ensino na formação de professores. Ver. Diálogo Educ., Curitiba, v. 8, n. 23, p. 195-205, jan./abr. 2008.
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 46. ed. São Paulo: Cortez, 2005, vol. 13, p. 87. (Coleção Questões da Nossa Época).
MENDES, Rosa Emília de Araújo. Infância direito de brincar e direito de aprender a ler. In: Caderno AMAE – Educação Infantil. Belo Horizonte - MG. Fundação AMAE para educação e cultura. Out. 2001, p.11. Ed. Especial.
NIGEL, Hall. O brincar, o letramento e o papel do professor. In: MOYLES, Janet R. (COL.). A Excelência do Brincar: a Importância da Brincadeira na Transição entre Educação Infantil e Anos Iniciais. Porto Alegre. Artmed. 2006.
OLIVEIRA, Zilma Ramos (org.). Pratica pedagógica para crianças de 0 a 2 anos. In.: OLIVEIRA, Zilma Ramos (org.). O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: biruta, 2012, p.173.
SOARES, Magda. In: MARICATO, Adriana. O Prazer da Leitura se Ensina. Revista Criança do Professor de Educação Infantil. Brasília: Ministério da Educação, p. 18-26, set. 2005.
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na educação infantil: mais que a atividade, a criança em foco. In: OSTETTO, L.E. Encontro e encantamento na educação infantil: partilhando experiências de estágio. Campinas - SP: Papirus, 2002, p.182.
ROSA , Cristina Dias e LOPES, Elisandra Silva. In: OSTETTO, L.E. Encontro e encantamento na educação infantil: partilhando experiências de estágio. Campinas - SP: Papirus, 2002, p.182.




1 *O nome das instituições são fictícios para a proteção da identidade das mesmas, assim recebendo os nomes de CMEI A, CMEI B e Escola Municipal C.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O CONTATO COM O LIVRO É FASCINANTE PARA A CRIANÇA


Plano de aula 3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS
CURSO DE PEDAGOGIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL – VESPERTINO

CAMPO DE ESTÁGIO: CMEI MARIA CAETANO
AGRUPAMENTO: BERÇÁRIO
PROFESSORA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: VALDIRENE OLIVEIRA
ACADÊMICAS: MARIA DO CARMO S.V. NOVAIS
                           MARINELE LOPES DO CARMO
                           MILAINE ALVES AMARAL
                           NAYARA CRISTINA OLIVEIRA
                         
PLANO DE AULA DO DIA 22/09/14

·         TEMA DO DIA:
- Literatura infantil na perspectiva de letramento, autonomia e identidade com aproveitamento dos espaços da instituição.

·         JUSTIFICATIVA:
De acordo com Ostetto, 2002, p.192, “... não é a atividade em si, que ensina, mas a possibilidade de interagir, de trocar experiências e partilhar significados é que possibilita às crianças o acesso a novos conhecimentos”. Nesse sentido planejamos nossas ações para o dia de hoje, embasadas no “Projeto Para além da sala de aula: descobrindo o mundo que há em mim e fora de mim, buscando atender, nessa fase, as necessidades e interesses demonstrados pelas crianças no período de observação do estágio, de forma que elas possam experimentar e descobrir o mundo que há dentro delas próprias e ao seu redor numa perspectiva de letramento em situações desafiadoras e significativas que favoreçam a apropriação de conhecimentos sobre o mundo físico e social ao qual pertencem.
Segundo Coelho, 2010, p. 79:
O letramento começa muito antes de a criança pegar um lápis ou conhecer as letras e as formas de escrever. A partir de suas vivências cotidianas com a família, com a sociedade ou com seus pares, os pequenos participam de tal prática de maneira intensa, através de situações diversificadas e no contato com materiais escritos em lugares diversos e de variadas formas.

Assim, pretendemos propor às crianças algumas atividades relacionadas à Literatura Infantil, envolvendo o contato com diversos materiais escritos como livros de literatura, gibis, revistas, jornais e outros, para que elas possam manuseá-los de forma lúdica, prazerosa, sem restrições, explorando suas imagens e conteúdos e descobrindo o universo que eles podem lhes oferecer.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998, p. 135: “As crianças, desde muito pequenas, podem construir uma relação prazerosa com a leitura”. Essa relação pode ser construída a partir da narração ou contação de histórias, pois sabemos que escutar histórias é o primeiro passo para se tornar um bom leitor, por isso quanto mais cedo essa prática for iniciada, melhor será o desenvolvimento da criança para que ela venha a ter uma mente criativa e inventiva, além de contribuir para a aquisição espontânea do gosto e do amor genuíno pela leitura e pelos livros. Assim sendo, este é outro estímulo que pretendemos propor às crianças no intuito de desenvolver a imaginação, a criatividade, a escuta, a atenção, a afetividade, a interação, o vocabulário e a capacidade de compreensão e interpretação delas, para que possam enriquecer o aprendizado de regras, propiciar a criação de vínculos e a formação para o hábito de leitura.

Maria Montessori defendia que o caminho do intelecto passa pelas mãos, porque é por meio do movimento e do toque que as crianças exploram e decodificam o mundo ao seu redor. "A criança ama tocar os objetos para depois poder reconhecê-los", disse certa vez. (Revista Nova Escola – Maria Montessori a médica que valorizou o aluno).

            Podemos perceber a partir desta citação como é relevante explorar o desenvolvimento da percepção tátil com as crianças desde o berçário, pois de 0 a 6 anos os sentidos das crianças estão à flor da pele e precisam ser educados para estimular e ampliar a capacidade de aprendizagem delas. Portanto, pretendemos propiciar às crianças uma atividade onde poderão exercitar o sentido tátil, possibilitando um desenvolvimento prazeroso em que elas poderão ampliar a capacidade de explorar sensações e cores de diferentes formas através de um livro de texturas que construímos.
            Por fim, esperamos que as ações planejadas possam dar continuidade ao processo de construção da identidade e autonomia das crianças sem perder o foco do tripé cuidar-brincar-educar, propiciando o desenvolvimento de suas potencialidades no sentido de se tornarem protagonistas de seu aprendizado e de sua formação para a cidadania.

·         OBJETIVOS:
- Propiciar às crianças o contato e a interação com os livros e através dos livros;
- Despertar a imaginação, a criatividade e o gosto pela leitura;
- Proporcionar situações de leitura e contos compartilhados aproveitando os espaços da instituição;
- Promover o acesso à cultura letrada e a valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento;
- Possibilitar o desenvolvimento das expressões e dos sentidos por meio da experimentação de diversos tipos de texturas e cores.
- Dar continuidade ao processo de aquisição da autonomia na hora da alimentação.

·         METODOLOGIA:
- Para o terceiro encontro com as crianças do berçário do CMEI Maria Caetano, preparamos e temos a intenção de trabalhar a Literatura Infantil numa perspectiva de letramento aproveitando o espaço externo da instituição a partir da criação de um cantinho de leitura com um ambiente preparado para esse fim, com tapetes de EVA, colchonetes, materiais escritos e ilustrados diversos, som ambiente, alguns brinquedos, etc., e também, nesse mesmo canto, vamos desenvolver atividades de desenvolvimento do sentido tátil apresentando às crianças um livro de texturas que construímos a fim de proporcionar a elas a experimentação de vários tipos de sensações. Pretendemos continuar com o processo de construção da identidade e aquisição da autonomia, através do jantar na área externa do berçário, voltando a incentivá-los a se alimentar sozinhos sentados à mesa com a nossa mediação.

·         RECURSOS:
- Livro de texturas;
- Livros de literatura diversos, gibis, revistas, jornais, etc;
- Aparelho de Som;
- Aventais pedagógicos;
- Tapetes de EVA;
- Colchonetes;
- Brinquedos.

·         AVALIAÇÃO:
- Registraremos a realização das atividades através de vídeo, fotografias e registro escrito que utilizaremos no final do projeto para a avaliação contínua do mesmo num todo.
- Avaliaremos as reações das crianças em cada estimulação do tato, levando em consideração aspectos como: expressões de aceitação, rejeição, repulsa, prazer, surpresa entre outros e observaremos o interesse, a interação das crianças com o material escrito considerando os seguintes aspectos: que tipo de material chamou mais atenção, de que forma aconteceu a manipulação dos materiais, se folhearam os livros, se exploraram as imagens, se o contato foi prazeroso, a escuta e atenção durante a narração ou contação de histórias e outros. Também avaliaremos a capacidade de se alimentarem sozinhos.



·         MOMENTO CULTURAL:
- Dramatização da história infantil “Dona Baratinha”.

·         REAVALIANDO O DIA 15/09/14:
O estágio do dia 15 de setembro de 2014 foi uma etapa significativa  e motivadora que passamos no CMEI Maria Caetano.
Neste segundo dia de encontro tudo foi planejado desde o acordar até o banhar, claro que nem tudo saiu como pensávamos. Planejamos uma aula no lado exterior da sala do berçário, com tintas feitas por nós, além de ter um cantinho com brinquedos até mesmo para que as tintas não fossem a única opção. As crianças inicialmente ficaram meio acanhadas, mas no decorrer da atividade elas começaram a brincar e a conhecer a textura das tintas deslumbradas com as cores e com o espaço que tínhamos organizado, porém nem todas se interessaram pelas tintas, muitas preferiram os brinquedos que deixamos como a segunda opção de atividade. Percebemos que a nossa proposta foi positiva e acreditamos que muitas crianças se encantaram por ela, principalmente no que tange às cores e texturas da tinta.
A interação criança-criança e criança-adulto bem trabalhada e positiva, as crianças interagiram umas com as outras e nós como professoras mediamos todos os momentos, inclusive nos sentamos com elas para que se sentissem mais confiantes, este momento foi muito importante para que elas começassem a se soltar e assim interagir com o material.
Logo após a atividade começamos o banho, que foi um momento bastante interessante, porém com algumas situações contraditórias ao que realmente acreditamos. Após o banho as crianças não jantaram como no primeiro dia, sozinhas sob a nossa mediação, acreditamos que poderia ter sido da mesma forma, pois foi um momento muito satisfatório para as crianças e de realização para nós, porém não foi possível.
Concluímos que esse segundo dia foi uma experiência única, divertida e de grande aprendizado, mesmo que nem tudo que planejamos e idealizamos tenha saído como esperado. Assim reavaliamos este dia como um dia diferente, principalmente para as crianças e continuaremos nossas práticas com o intuito de fazer sempre o melhor para o desenvolvimento integral das crianças.

·         REFERENCIAS:
COELHO, Silmara. O Processo de Letramento na Educação Infantil. Disponível em: file:///C:/Users/usuário/dowloads/4848-19129-1-SM%20(2),pdf. Acesso em Set. 2014.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na educação infantil:  mais que a atividade, a criança em foco. In: OSTETTO, L.E. Encontro e encantamento na educação infantil: partilhando experiências de estágio. Campinas - SP: Papirus, 2002, p.192.

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil /
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il.

NOVA ESCOLA, Revista. Maria Montessori a médica que valorizou o aluno. Disponível em: revistaescola.abril.com.br/formação/medica-valorizou-aluno-423141.shtml?page=0. Acesso em: 19 de Set. de 2014.




Receita de tinta comestivel


Plano de aula 1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS
CURSO DE PEDAGOGIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL – VESPERTINO

CAMPO DE ESTÁGIO: CMEI MARIA CAETANO
AGRUPAMENTO: BERÇÁRIO
PROFESSORA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: VALDIRENE OLIVEIRA
ACADÊMICAS: MARIA DO CARMO S.V. NOVAIS, MARINELE LOPES DO CARMO, MILAINE ALVES AMARAL, NAYARA CRISTINA  OLIVEIRA
                         
PLANO DE AULA DO DIA 08/09/14

*      TEMA DO DIA:
- Espaço e identidade
*      JUSTIFICATIVA:
Este plano de aula está pautado no Projeto de trabalho do Estágio Supervisionado I: “Para além da sala de aula: descobrindo o mundo que há em mim e fora de mim”. No projeto foi registrado que acreditamos na criança como sujeito de direitos, capaz de se desenvolver em interação com o outro, construir significados sobre si e sobre o mundo, agir com autonomia e criticidade, em prol da formação de  um sujeito ativo, seguro, consciente de seu papel transformador na sociedade em que está inserido. Sendo preciso para isso, que a criança seja estimulada com criatividade e dinamicidade, de forma diversificada e enriquecedora em sua aprendizagem através de ações pedagógicas intencionais que atendam suas necessidades, interesses e questionamentos.
As ações para o primeiro encontro de regência no berçário do Cmei Maria Caetano foram planejadas para ir ao encontro das necessidades e interesses demonstrados pelas crianças durante o período de observação de nosso estágio, com a intenção de proporcionar experiências novas e significativas, envolvendo o cuidar-brincar-educar no melhor aproveitamento do espaço da sala do berçário, transformando-o em ambiente propício à construção crescente da identidade e autonomia das crianças em interação criança/criança e criança/adulto na exploração do espaço. Nesse sentido:
“A organização espacial da sala em cantos com diferentes propostas simultâneas, (...), é uma saída interessante para diversificar as atividades e possibilitar o trabalho e a atenção do professor a pequenos grupos nessa idade.” (OLIVEIRA (org.), 2012, p.184.)

Assim sendo, vamos criar dois cantos no espaço da sala do berçário, fazendo algumas alterações na disposição do mobiliário. Um canto será apropriado para trabalhar a identidade e terá um espelho, pois este ajudará as crianças a reconhecerem a própria imagem corporal, o outro canto será apropriado trabalhar a autonomia das crianças e terá brinquedos e música, pois estes recursos irão incentivar o poder de escolha favorecendo a postura autônoma das crianças.
O ser humano não nasce com noções formadas associadas à identidade e autonomia, ele não se percebe com um ser inteiro, único, separado de outro nos primeiros anos de vida. A partir do nascimento ele vai se percebendo e se construindo na interação com o outro, vai se constituindo pelo que é e pelo que não é em comparação com o outro e assim vai dando significado ao seu eu, à sua subjetividade que está se formando. Ao mesmo tempo em que constrói sua individualidade, sua subjetividade, sua autoimagem, na relação com o outro, o ser vai construindo sua autonomia, sua capacidade de independência.
Portanto, por ser um dos primeiros grupos sociais, além da família, com novas significações, dos quais a criança fará parte, é importante que a instituição de educação realize um trabalho intencional favorecendo a construção da identidade e autonomia da criança, garantindo experiências que ampliem sua identificação e formação como sujeito no espaço educacional.
Por fim, esperamos que essa proposta possa favorecer às crianças a construção de novos significados e conhecimentos em relação à formação da identidade e autonomia. E possa também incentivar a transformação dos espaços da instituição em ambientes de aprendizagem significativa, pois como vimos e ouvimos no documentário “Sementes do nosso quintal”, “o espaço pode ser qualquer um, mas as crianças podem transformar o espaço em um espaço de grandes ouvintes e grandes participantes”, portanto de grande significado e construções.

*      OBJETIVOS:
·         OBJETIVO GERAL:
- Aproveitar o espaço do berçário com intencionalidade pedagógica.
·         OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Desenvolver a identidade através do reconhecimento da imagem e do nome;
- Promover a autonomia e a interação criança-criança e criança-adulto;
- Explorar o espaço do berçário de forma diversificada e significativa (brincadeiras e músicas) .
*      METODOLOGIA:
Neste primeiro encontro com os bebês do berçário no período de regência, vamos articular o espaço interno da sala criando dois locais onde as crianças poderão interagir tanto criança-criança quanto criança-adulto, sendo: o cantinho da identidade onde eles terão acesso a um espelho para que possam se visualizar  utilizando diferentes acessórios; o segundo espaço será organizado com alguns colchonetes da unidade e tapete de e.v.a. no chão, onde haverá brincadeiras com música, assim daremos a possibilidade dos bebês desenvolverem sua autonomia através da escolha do que lhe agrada mais a cada momento.
Durante o banho vamos interagir com a criança através de canções para banho e conversando com ela sobre a higienização das partes do corpo.
Durante o jantar vamos incentivar que as crianças se alimentem sentadas à mesa. Para tanto levaremos duas mesas para que elas possam se sentar juntas e se alimentarem de forma adequada.
*      RECURSOS:
- Espelho;
- Aparelho de som;
- Acessórios (óculos coloridos, chapéus, plumas coloridas)
- TNT;
- Tapete de E.V.A .

*      AVALIAÇÃO:
Vamos registrar a realização das atividades através de vídeo, fotografias e registro escrito que utilizaremos no final do projeto para a avaliação contínua do mesmo num todo. Observaremos e avaliaremos a participação, interação e reação das crianças durante a realização das propostas desse planejamento, registrando os pontos negativos e positivos das atividades realizadas.
Avaliaremos as crianças de acordo com os registros e observações que serão feitas durante as atividades realizadas, pontuando: participação e interação em grupo.
Individualmente avaliaremos as atitudes mediante ao novo e sua reação mediante as atitudes que requer autonomia.
REAVALIANDO O DIA:

O estágio do dia 08 de setembro de 2014 foi uma nova etapa que iniciamos no CMEI Maria Caetano. A regência é de extrema importância para nossa formação, além das experiências que serão vividas.
Tudo foi planejado desde o acordar até o banhar, claro que nem tudo saiu como pensávamos. Planejamos dois momentos nos quais foram nomeados como cantinho da identidade, onde colocamos espelhos tapetes de E.V.A e alguns acessórios e cantinho da música e da brincadeiras, onde colocamos tapete de E.V.A e também alguns brinquedos, além das musiquinhas.
As crianças não se intimidaram e logo que as colocamos no chão fizeram a festa, mas quando percebemos os dois cantinhos já haviam se misturado. Eles gostaram bastante dos brinquedos, as músicas despertavam em alguns o movimento do corpo, meio tímido, mas que nos deixaram bastante felizes.
A interação criança-criança e criança-adulto também foi bem trabalhada, as crianças interagiram umas com as outras e nós como professoras fizemos algumas brincadeiras que eles gostaram, já em outras ou com o passar do tempo eles foram se dispersando, mas nada que saísse do  nosso controle.
Logo após a atividade organizamos as mesas para o jantar, foi um momento de muita expectativa, pois as crianças não tem a autonomia para se alimentar. Acreditamos que este momento foi muito importante tanto para as crianças, quanto para nós do grupo que percebemos o quanto essa prática é essencial para os bebês.
Por fim, iniciamos o banho que tinha a finalidade de trabalhar o cuidar juntamente com o educar, tentando fazer com que a criança conhecesse o seu próprio corpo. Neste momento achamos preciso mais tempo, pois o banho teve que ser mais rápido, assim nós tivemos dificuldades em desenvolver essa etapa com mais empenho.
Concluímos assim, que esse primeiro dia foi de grande aprendizado, e que mesmo que planejamos e idealizamos as atividades, nem sempre sairá exatamente como queremos, portanto reavaliamos este dia como um dia produtivo diferente principalmente para as crianças, mas com a consciência de que podemos fazer bem melhor.




*      REFERENCIAS:
OLIVEIRA, Zilma Ramos (org.). Pratica pedagógica para crianças de 0 a 2 anos. In.: OLIVEIRA, Zilma Ramos (org.). O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: biruta, 2012, p.184.
Documentário “Sementes do nosso quintal”.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Plano de aula 2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS
CURSO DE PEDAGOGIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL – VESPERTINO

CAMPO DE ESTÁGIO: CMEI MARIA CAETANO
AGRUPAMENTO: BERÇÁRIO
PROFESSORA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: VALDIRENE OLIVEIRA
ACADÊMICAS: MARIA DO CARMO S.V. NOVAIS
                             MARINELE LOPES DO CARMO
                             MILAINE ALVES AMARAL
                             NAYARA CRISTINA OLIVEIRA
                         
PLANO DE AULA DO DIA 15/09/14

·                    TEMA DO DIA:

- Espaço e autonomia

·                    JUSTIFICATIVA:
Todas as ações e intenções pedagógicas contidas neste plano de aula estão pautadas no Projeto de Estágio – Para além da sala de aula: descobrindo o mundo que há em mim e fora de mim. Como consta no projeto “todos os espaços das Instituições de Educação Infantil são educadores e promovem aprendizagens” (Barbosa e Horn, 2008), por isso desenvolvemos o plano para o dia de hoje no intuito de utilizar o espaço externo da sala do berçário para promover a aprendizagem da linguagem visual e estética através de atividades que envolvam as artes visuais de forma lúdica, divertida, livre e prazerosa para as crianças, no sentido de ampliar suas possibilidades de expressão e experimentação, e assim dar continuidade ao processo de construção da identidade e autonomia em conjunto com o aproveitamento significativo dos espaços, iniciado no encontro anterior. Nesse sentido, Rabinovich, 2009, apud Barbieri, 2012, p.52, vem dizer que:
O espaço (...) deve ser acolhedor e trazer segurança para que a criança possa se envolver, se expressar e se liberar com toda a sua intensidade. À medida que ela vai se relacionando com o espaço, vai se integrando, se soltando, ficando mais espontânea, flexível, ágil e alegre. Sua capacidade de criar e de brincar acontece sem ter que responder a fórmulas preestabelecidas, modelos, estereótipos e expectativas do meio, podendo assim desenvolver seu próprio ritmo e características pessoais.
Dessa forma, vamos propor às crianças uma atividade com pintura para que elas possam brincar e se expressar livremente, experimentando novas sensações, vivenciando um momento seu de descobertas, em um espaço organizado, mas ao mesmo tempo propício para que a atividade proposta alcance seu principal objetivo, a construção da autonomia de cada uma delas. 
Também vamos propor a opção de outra atividade com brinquedos variados, para que as crianças tenham a opção de escolher o que mais lhe interessar, de forma autônoma, pois através do brincar a criança estabelece relações com a realidade, com o mundo no qual vive e interage, num processo de aprendizado em que tudo é uma brincadeira muito rica.
Finalizando, a arte propicia a abertura para o desenvolvimento da capacidade de observar, sentir, pensar e compreender o mundo, sendo assim, esperamos que nossa proposta possa manter viva a curiosidade e imaginação das crianças do berçário do CMEI Maria Caetano, no sentido de proporcionar a abertura necessária para que esse desenvolvimento aconteça em um processo contínuo nas experiências vividas por elas no decorrer de sua formação para a vida.


·                    OBJETIVOS:

- Utilizar e explorar o espaço externo como um ambiente criativo, através da interação das crianças entre si e com o espaço, dando continuidade ao processo da conquista da identidade e o desenvolvimento da autonomia de forma progressiva;
- Estimular e ampliar as possibilidades de expressão por meio da experimentação de materiais diferentes;
- Desenvolver a sociabilidade e proporcionar o prazer da diversão com a vida coletiva na escola.

·                    METODOLOGIA:

Para o segundo encontro com as crianças do berçário do Cmei Maria Caetano, temos a intenção de trabalhar com eles artes visuais e exploração do espaço externo para reforçar a conquista da autonomia e identidade.  Utilizaremos o pátio externo da instituição e fixaremos folhas de papel pardo nas paredes e no chão e vamos colocar à disposição das crianças tintas confeccionadas com material comestível (maisena e gelatina colorida) e deixar que elas se expressem à vontade de forma lúdica e livre, mediadas e orientadas por nós. Também levaremos alguns brinquedos para que haja opções de escolha de atividades para os que não  sentirem vontade de pintar. Vamos continuar com o processo de aquisição da autonomia através do jantar organizado na área externa da sala do berçário, onde voltaremos a incentivá-los a se alimentar sozinhos sentados à mesa, com a nossa mediação.

·                    RECURSOS:

- Papel craft (pardo);
- Tinta comestível;
- Aparelho de Som;
- TNT;
- Brinquedos;
·                    AVALIAÇÃO:

- Registraremos a realização das atividades através de vídeo, fotografias e registro escrito que utilizaremos no final do projeto para a avaliação contínua do mesmo num todo.
- Vamos observar e registrar a interação e autonomia de cada criança com os materiais e como elas se expressam através deles. E também o desenvolvimento da sociabilidade da turma.

·                    REFERENCIAS:

BARBOSA, Maria Carmen Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Projetos Pedagógicos na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008, p. 50-51.
RABINOVICH, Paulina. Onde está a arte? No espaço?. In: BARBIERI, Stela.  Interações: onde está a arte na infância? São Paulo: Blucher, 2012, p.52. (Coleção  Interações)